O Traje

O traje é a nossa terceira pele no ensino universitário, sendo a primeira a nossa própria pele, e a segunda a placa, boné e t-shirt do caloiro.

Cada faculdade tem o seu traje, e acaba por ser isso que deferência as diferentes escolas de um mesmo politécnico.

Sendo suspeita para falar, mas o traje da ESGIN e tudo o que o rodeia tem um significado especial. É no código de praxe que é entregue aos caloiros no inicio das praxes que estão explicitas as regras para uso do traje. O nosso dever de respeitar algo que lutamos para usar, e usamos com tanto orgulho.



Hoje em dia há uma grande guerra por causa do traje académica, pois os regulamentos do politécnico dizem que qualquer estudante do politécnico tem o direito de trajar, independentemente de ter aderido a praxe. Eu às vezes pergunto "E qual é o traje do politécnico?". Se esses estudantes acham que tem o direito de trajar porque seguem o regulamento do IPCB então sigam também esse regulamento para chegar a uma loja académica e pedir o traje. De certo lá lhe vão perguntar, como é o traje, quantos dedos acima ou abaixo  do joelho vai querer a saia, e ai vai guiar-se por onde? se calhar vão ter de olhar para o nosso código de praxe, aquele que só quem adere é que se deve regire por ele.

Esta é uma luta que não vem de agora, mas enquanto antigamente os verdadeiros académicos tinham a força para mandar um estudantes destrajar, hoje em dia não é assim tão fácil. Então opta-se por deixar andar e usamos o nosso orgulho para combater esse facto. 

Ou seja, sabemos a partida que esses estudantes que vestem esse fato e metem a capa de estudante por cima, não passa por isso mesmo. Foram a loja compraram e vestiram, muitas vezes para se mostrarem nem que seja à família. Contudo tenho a certeza que o sentimento que sentem ao vestir não é o mesmo que o daqueles que veste o traje académico.




No verdadeiro académico, o traje conta muito a sua história. Começando naquilo que fez para o merecer (as praxes), e é ai que nós começamos a ver o traje de outra maneira, começamos a ver com outros olhos. Até que chega o dia em que sentimos essa responsabilidade e esse orgulho. Eu trajei pela primeira vez com duas matriculas, e fiz de tudo para nunca desrespeitar o meu traje. Saber trajar é uma responsabilidade. 




Com duas matriculas não podemos traçar a capa, algo que só podemos fazer no terceiro ano. A nossa tradição passa por podermos pedir aos amigos para baptizar a capa, e no terceiro ano para fazerem os rasgões. Por opção não baptizei a minha capa, mas quando cheguei ao terceiro tive bastante orgulho de pedir aos meus amigos e família para a rasgarem. 

A noite dos primeiros rasgões ficou gravada na memoria e alguns com imagens, onde se nota a emoção do momento. Não só pelo momento em si, mas também pelas palavras partilhadas.







Outra coisa muito gratificante no nosso traje, é os emblemas que temos na nossa capa. Por norma são emblemas que conta a nossa historia, e os outros são os emblemas oferecidos pelos nosso amigos, sejam os das tuas terras sejam outros com significados que muitas vezes só nos entendemos. O que é certo é que são os amigos e família que ajudam a dar um significado tão pessoal ao nosso traje.



Outra das tradições especiais da minha académica tem a ver com a queima. Um dia super cansativo, o dia onde a família está presente. Na nossa escola depois da entrega das pastas e da bênção, realizamos o almoço com a família e amigos.



A tarde é passada na escola, onde as tunas actuam para os finalistas e família. Após as actuações começa a queima e a parte mais divertida. Ao descermos a escadaria temos um grupo de amigos que agarram e nós e nos mandam para a fonte, e o nosso traje acaba bem molhadinho, mas as pessoas ao redor também não ficam melhores. Um momento super especial que guardaremos sempre na memória. :)



Oh Saudades!


1 comentário:

  1. Ainda tem o código de praxe onde explicita a disposição dos emblemas, etc?

    ResponderEliminar